A foto foi batida a uns sessenta metros da ponte mais ou
menos. Com certeza o rio estava vazio (período de seca). Em períodos de seca,
ele tinha 12 metros de largura e 1,20 metros de profundidade em média. Quando
cheio, o rio tomava a cidade inteira, tomando todas as ruas de então e
os pastos (hoje ocupados por novas ruas), indo até o "pé" do monte onde está
a igreja.
A altura, olhando-se de cima da ponte, era aproximadamente a mesma
de hoje. Ponte de madeira, substituída pela de concreto em meados da década de
cinqüenta. Era sobre a ponte que a gente ia curtir a brisa nas noites de
verão. Sobre o rio ainda: era piscoso e pegávamos lambari, acará (cará),
traíra, mandi, peixe-flor, bocarra, bagre, entre outros. Na fazenda de
Henrique Bucher, hoje de Gersino Coser, pegava-se piau abaixo do açude.
Acontecia, às vezes, de fisgarmos um ou outro cágado.
No córrego do Barro
Preto, cansei de tirar cascudo (acari) da toca, com a mão, em companhia de
João Walmiro Alves, irmão de Ademir Alves. E éramos apenas crianças. Havia
pescadores famosos, entre eles o senhor Taíco, escrivão de polícia. Até 1945 e
pouco mais, vi cerca de duas dezenas de capivaras saindo da fazenda do senhor
Valério Coser, O senhor Valério era uma pessoa maravilhosa, sempre
sorridente.
Em 1950 (lembro-me bem o ano), indo em direção à fazenda dos Bucher (Fazenda Progresso) em companhia de adultos, encontramo-nos com um
grupo de caçadores que trazia uma capivara morta. Era enorme. De Zé Pim,
motorista da prefeitura, ouvi claramente: "esta é a última capivara do
município".