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O que eu já consegui da história da imigração da família de Antônio Gobbo para o Brasil(Espírito Santo).

Muitos Gobbos vieram da Itália para o Brasil nos anos de 1880 a 1900, porém este capítulo tenta resgatar a história desta família cujo personagem é Antonio Gobbo vindo da Itália também nesta época(1892).

Antônio Gobbo(nº 6 do certificado de familia), nascido em 24/05/1851 , casado com Antonia Piron(nº 12 do certificado de familia), nascida em Voltabrusegana em (). Do casamento deles na Itália em 16/11/1873. Padova, nasceram 14 filhos, dentre estes 5 já haviam morrido antes da partida para a América.

Seus 14 filhos Italianos.

Nome Local Nascimento Data Nascimento Data Falecimento

01- Gobbo Carlo

Montà

14/05/1875

1896

02- Gobbo Carla Luigia

Montà

04/03/1876

06/05/1877

03- Gobbo Tullio Antonio

Montà

04/04/1877

10/08/1877

04- Gobbo Ettore Luigi

Montà

21/06/1878

1895

05- Gobbo Elisa Maria

Montà

24/02/1880

1880

06- Gobbo Italia Luigia

Montà

17/03/1881

26/10/1881

07- Gobbo Teresa Luigia

Montà

22/02/1885

?

08- Gobbo Oreste Umberto Fortunato

Padova

18/09/1882

1940

09- Gobbo Giovanni Gaspare

Montà

22/11/1883

05/04/1884

10- Gobbo Maria

Montà

12/05/1886

29/06/1886

11- Gobbo Luigia Carolina

Montà

24/06/1887

1973

12- Gobbo Cesare Giovanni

Montà

07/05/1889

1966

13- Gobbo Attilio

Montà

21/05/1890

1960

14- Gobbo Giuseppe Luigi

Montà

24/05/1891

morreu na viagem

15- Américo Gobbo

Portela-ES

1893

- (nascido no ES)

16- Maria Gobbo

Portela-ES

1899

1981-(nascido no ES)

Seu pai era Gaspare Gobbo(nº 2 do certificado de familia), nascido em Altichiero, Padova em 20/03/1813 e falecido em 02/02/1897 com 84 anos. Sua mulher se chamava Maria Zago(nº 3 do certificado de familia), nascida em Chiesanuova em 15/10/1823 e falecida em 24/11/1897. Casados em 26/04/1843. O pai de Maria Zago era Antonio Zago e a mãe era Luigia

Seu avô se chamava também Antonio Gobbo(nº 1 do certificado de família), nascido em Altichiero, Padova, em 31/07/1791 e faleceu em 23/03/1871 e sua avó se chamava Santa Giacon.

Seu bisavô Angelo Gobbo e Caterina Griggio.(Este casal é meu ta-ta-ta-taravô).

Os irmãos de Antonio Gobbo eram.

Nome

Certificado de Família

Esposa/Marido

Cidade Nasc.

Data Nascimento

DataCasamento

1-Gobbo Luigi

04

Giacon Margherita Emilia Ângela

Montà

08/05/1844

27/11/1873

2-Gobbo Adelaide

05

Panizzon Benedetto di Bortolo

Taggì di Sopra

09/04/1848

19/09/1872

3-Gobbo Antonio

06

Antonia Piron

Montà

24/05/1851

16/11/1873

4-Gobbo Carolina

07

Santo Angelo Nardo di Pasqualetto di Giuseppe

Montà

14/04/1853

17/11/1872

5-Gobbo Pietro Giovanni

08

Coppin Maria Luigia

Montà

05/06/1855

13/02/1876

6-Gobbo Maria

09

Caldana Cesare di Giuseppe

Montà

07/08/1857

26/05/1880

7-Gobbo Davide

10

Pietto Teresa

Montà

07/09/1864

?

Algumas informações dos irmãos de Antonio Gobbo que ficou na Itália:

1- Luigi Gobbo, com a sua família, se transferiu em 1884 para Schio, província de Vicenza. Permaneceu em Schio muito pouco porque retornou a Montà. Sucessivamente, depois de uma permanência a Bagnoli di Sopra (ou talvez Conselve), uma cidade ao sul de Padova, distante cerca de 20 km, emigrou para a América(1889), local onde posteriormente migraria também seu irmão Antonio, Fazenda Portela(Boa Família), hoje Itaguaçu.

2- Adelaide Gobbo, se casou em 19 de setembro de 1872 em Padova con Benedetto Panizzon, filho de Bortolo Panizzon.

3- Antonio Gobbo, (...)

4- Carolina Gobbo, se casou  em 17 de novembro de 1872 em Padova com Santo Angelo Nardo, filho de Pasqualletto, neto de Giuseppe.

5- Giovanni Pietro Gobbo, se casou em Padova em 13 de fevereiro de 1876 com Maria Luigia Coppin, morreu em Veneza em 9 de junho de 1895, onde foi transferida com o marido. Em Veneza morreu também o pai de  Giovanni Pietro (Gaspare), como aparece também na carta de Davide Gobbo, enviada de Verona ao seu irmão Antônio no Brasil e que você pode ver na íntegra na parte de cartas deste site. Ainda em Veneza, se transferiu com o filho também a mãe de Giovanni Pietro, Maria Zago.

6- Maria Gobbo, se casou em 26 de maio de 1880 em Padova con Cesare Caldana, filho de Giuseppe Caldana, e depois se transferiu para Bassano, na província de Vicenza, com o marido.

7- Davide Gobbo, do seu casamento não consta registro, talvez porque se casou em outro lugar. Tinha uma filha, Ada Gobbo, nascida em Verona em 20 de agosto de 1897,  filha de Teresa Pietto. Naquele ano, consta que Davide Gobbo se transferiru com a filha para Verona.

Obs: Nenhum dos irmãos de Antonio Gobbo residia mais em Padova no fim de 1800, nem algum dos filhos dele.

Dados acima obtidos em:

Documento de família:
Arquivo de Estado de Padova, documento de familia, Envelope 172/173

Dados gentilmente pesquisados e resumidos por Renato Gobbo, Mauro Gobbo e Adelio Gobbo e posteriormente confirmados por Francesco Gobbo. Italianos que em resposta a uma carta minha tiveram o capricho de me ajudar nesta pesquisa.

Aqui esta o resumo em Italiano e o resumo traduzido para Português destes documentos.

 

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A história incompleta não me basta, só me contentarei quando tudo estiver esclarecido. Por isso venho pesquisando e cheguei a data de 1751 sobre a família de Antonio Gobbo. E continuarei indo atrás de qualquer informação que possa trazer esclarecimento desta história.
Segundo dados encontrados no Arquivo Publico do Espírito Santo, Antonio Gobbo chegou ao Brasil em 24 de maio de 1892, no navio Mayrink, após escala no Rio de Janeiro. Então a família pode ter vindo da Itália para o RJ em outro navio. Isto eu ainda não descobri.
A viagem durou 6 meses devido as calmarias. A falta de mantimentos e as doenças quase dizimou todas as pessoas daquele navio. Mas os Gobbos foram uns dos que acabaram chegando à terra prometida que era o Espírito Santo. Contam que minha bisavó Antônia falava "Dio miu..." e meu bisavô falava "Porca miséria.".
Desembarcando no porto de Vitória-ES hospedando-se na Hospedaria dos Imigrantes (Pedra Dágua , Pedra Dágua antiga) e trazendo consigo sua esposa Antonia Piron(38) e 8 filhos; Attilio(2), Cesare(3), Luigia(5), Tereza(7), David(10), Elcia(12), Luigi(14), Carlo(17). (Um dos filhos, de apenas meses de idade, cujo nome era Giuseppe Luigi Gobbo, nascido em Montà a 24/05/1891, veio a falecer ainda no navio e foi sepultado ao chegar ao porto na Rio de Janeiro-baldeação, na ilha chamada Ilha das Flores, hospedaria onde eram recebidos os imigrantes naquele Estado.). Utilizando uma via fluvial seguiu desta Hospedaria/Vitoria-ES, de canoa com a família até o Porto de Cachoeira de Santa Leopoldina através do rio Santa Maria da  Vitória. Nesta época já existia uma picada(caminho estreito no meio do mato, geralmente utilizado por Tropeiros), feito anteriormente por Henrique Marttineli e posteriormente concluído por  José Theodoro de Antdrade, isto por volta de 1875/1880, passando por Afonso Cláudio e indo parar no local que hoje é Itaguaçu. Dirigiram-se finalmente para Santa Joana em Fazenda Portela onde se instalaram na Fazenda Dalla Portela de propriedade de  Nado da Portela.
Grande parte dos descendentes desta ramificação residem hoje no Espírito Santo sendo que alguns descendentes mais idosos ainda moram em Itaguaçu e não conseguem confirmar esta estória porque a mesma não foi passada de pai para filho e assim podendo preservar estas lembranças.  (O número ao lado dos nomes das pessoas acima é idade de cada uma na chegada ao Brasil e clicando no nome você poderá ver o seu respectivo Registro de Entrada de Imigrantes).

Chegando na região de Fazenda Portela, tendo como patrão o Sr. Fortunato Barbosa Menezes, esta família começou seu trabalho e prosperou lentamente sempre com muita dificuldade e a mercê de doenças, tempo, condições de vida e muita pobreza.

Mesmo tendo vindo da Itália onde tinham uma condição boa de vida como agricultores, chegando ao Brasil as promessas feitas não eram cumpridas pelo governo e as dificuldades eram muitas. Ainda estou pesquisando a permanência de Antônio Gobbo nesta região para relatar os seus passos até seu falecimento. Desde sua chegada existem documentos que comprovam sua existência até 1924 e após isto não existe mais notícia sua, ficando então sua família que deu seguimento a esta genealogia. Existem alguns documentos que comprovam as negociações de Antonio Gobbo em comércios da região como: Requerimento de segunda via de Certidão de Óbito de um filho em 1900, papel onde foi feito um controle de dívida de armazém em 1912, nota de compras diversas em 1906, avaliação de enxoval de casamento de sua filha Maria em 1910. Mas o que comprova sua existência pelo menos até 1924 é a dedicatória desta foto de Américo Gobbo. Se o filho Américo enviou a referida foto a ele nesta data é porque ele(Antonio Gobbo) ainda vivia nesta data.

Logo após 3 anos de sua chegada seu filho Ethero Luiz, veio a falecer causando assim muita dor para todos e um ano depois faleceu também seu filho mais velho, Carlo. O motivo destas mortes é contado pelos parentes que foi porque eles não conheciam muito bem as frutas aqui do Brasil e comeram melancia quente e melão quente e foi assim que vieram a falecer pois não havia recursos médicos naquela época. Dizem também que eles comeram semente de pinhão pensando que fosse castanha. Porém um atestado de óbito de Ethero comprova que a morte dele foi por lesão inflamatória. Fica aí mais um detalhe que estou tentando descobrir.

Com a morte destes dois filhos, os mais velhos, só restando as mulheres e os mais novos, a família sofreu um infortúnio pois a ajuda que eles poderiam ter dado aos pais era importante para o crescimento e prosperidade de todos conforme relata a carta vinda da Itália com profundas lástimas pela morte de Carlo e gentilmente traduzida por Sr. Dr. Clair Gobbo de Brasília.

Da presença desta família na Portela o que posso relatar aqui, que me foi passado por diversas pessoas entre parentes e amigos, é que eles eram muito queridos como colonos de Nato da Portela. Mesmo depois da morte de Antônio Gobbo e mesmo depois de mudarem de lá continuaram a fazer freqüentes visitas àquele local e vizinhanças. Porém pelo que recordam estas pessoas os últimos dias de Antônio Gobbo foi morando ainda na Portela. Antônia Gobbo Piron foi morar com seu filho Cesarino Gobbo na fazenda Santa Joanna na Barra da Esperança onde veio a falecer por idade avançada aproximadamente em 1927 com 73 anos, mas em plena saúde. Na Portela hoje hoje não existem mais vestígios daquela época a não ser pedras que o tempo nem o homem conseguiu destruir. A velha casa também não existe mais dando lugar a casas novas, mas o local está lindo e tem um clima que se pode perceber a presença de todos aqueles que lá passaram há 120 anos.

A chegada da família de Antonio Gobbo ao Espírito Santo está registrada no livro 342 que se encontra no arquivo público e que você pode ver aqui a cópia da página onde em 1892 foi registrada a chegada desta família no Espírito Santo. Existe também os livros de saída dos imigrantes onde era registrado para onde eles iam. É no livro 347 que esta registrada a saída desta família relatando que eles seguiram para Sta. Leopoldina de Canoa.

Um pequeno relato sobre a vida de cada filho de Antônio Gobbo, no Brasil.

Elcia Gobbo(Tia Lizeta):(Gobbo Elisa Maria-Montà(24/02/1880-?).(nº 22 do certificado de familia)
Casada com Augustinho Folador viveu também na região onde criou sua família.(Ainda estou aguardando informações desta pessoa).

Teresa Gobbo(Tia Terezinha):(Gobbo Teresa Luigia-Montà(22/02/1885-?)(nº 25 do certificado de familia)
Viveu na região onde casou-se com Bernardo Zache e criou sua família. Hoje grande parte da família esta em Mantena-ES e parte em Vitória-ES. Ainda estou completando as informações desta família.

Davide Gobbo:(Gobbo Oreste Umberto Fortunato-Padova(18/09/1882-1940))(nº 26 do certificado de familia)
Comprou uma pequena propriedade no Córrego Grande e logo vendeu e foi morar na casa ou em uma das casas de nona Luiza perto da igrejinha. Ele faleceu em vitória quando foi levado por causa de dores no abdômen.
Porque o nome do tio Davide é tão diferente do nome verdadeiro, de batismo na Itália?
Pelas informações obtidas no Arquivo Público do ES e pelas comprovações nos livros de registro de chegada, o espaço para se escrever o nome nas colunas era muito pequeno e só era possível escrever o nome e o sobrenome, sem abreviaturas. Então cada pessoa só era registrado com 2 nomes, salvo raríssimas exceções. Sendo assim, ele foi registrado como Oresta Umberto, um erro do escrivão, pois o nome ficou no feminino. Mas acredito que ao fazer contato com os brasileiros foram instruídos a trocar este nome já que ORESTA seria feminino, sendo assim resolveram chamá-lo de Davide, aportuguesando, em homenagem ao seu tio Davide que ficou na Itália.

Luiza Gobbo:(Gobbo Luigia Carolina-Montà(24/06/1887-1973)(nº 30 do certificado de familia)
Morou a maior parte de sua vida no casarão ao lado da Igrejinha de Nossa Senhora Aparecida que construiu e foi responsável pela mesma enquanto teve forças. Nas festas, rezas, leilões etc... estava sempre presente. Tia Luiza ou nona Luiza era estimada por netos, irmãos, cunhados, amigos e vizinhos. Não existe ninguém na família ou nas redondezas que não a conheceu e hoje ainda relembramos com saudades desta pessoa tão bondosa e especial. Foi minha ama seca.

Cesare Gobbo:(Gobbo Cesare Giovanni-Montà(07/05/1889-1966)(nº 33 do certificado de familia)
Após o casamento com Eliza Frizzeira em 05/11/1910 foi morar na Fazenda União na época de propriedade de seu sogro Camilo Frizzeira. Em seguida comprou um bom pedaço de terra em Santa Joana, barra da Esperança, em frente ao Geraldim Cordeiro.  Quando da morte de seu pai(Antonio Gobbo), que continuava morando na Fazenda Portela, Cesarino levou sua mãe Antônia  para morar consigo em sua pequena fazenda no Santa Joana. Prosperou rapidamente e ali criou sua família. Por volta de 1960 vendeu sua fazenda na Barra da Esperança e comprou outra no bairro Barro Preto(Itaguaçu), era a fazenda Bela Vista. Época esta que já havia decidido o destino de sua pequena herança. Morreu em 1966 com problemas estomacais. A pedido de Zilá Caetano, responsável pela revista de Itaguaçu, escrevi uma matéria especialmente sobre a vida de Cesare, e suas aptidões como benzedor, que foi publicada na edição especial de 2004. Veja aqui esta matéria.

Atílio Gobbo:(Gobbo Attilio-Montà(21/05/1890-1960)(nº 34 do certificado de familia)
Comprou uma pequena propriedade ao lado da de Cesare Gobbo na mesma época.

Américo Gobbo:Américo Gobbo-Brasil(1893-?)
Comprou uma pequena propriedade no local chamado Corrego do Lage. Com sua família foi prosperando. Hoje parte dos descendentes moram em Itaguaçu e parte na capital e outros estados. Veja a foto de tia Candoca e filhos por ordem de idade.

Maria Gobbo:(Maria Gobbo-Brasil(1899-1981)
Viveu na região onde criou sua família casada com José Frizeira.

(continuará...)